25 de Setembro (Parte II) : À Musa com Amor



365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos se passaram desde aquele dia. Desde aquele 25 de Setembro de 2013. Desde que pousei meus olhos em ti pela primeira vez. Desde que eu sorri pro mundo e ele, enfim, sorriu de volta pra mim. Fico imensamente feliz que o teu aniversário seja também o nosso aniversário, o aniversário do encontro. Bom, a gente nunca esquece a primeira vez que encontra o amor das nossas vidas. Os menores detalhes que levaram ao encontro, todas as escolhas feitas, tudo aquilo que deixamos de fazer, tudo aquilo que deixamos de viver. As promessas quebradas, os sonhos e planos jogados ao vento, as improvisações e decisões de última hora. Nossos erros cometidos... Tudo, tudo em si, um grande acerto. Se eu pudesse escolher viver mais uma vez, escolheria fazer tudo exatamente igual. Eu não mudaria nada na minha história, porque hoje eu tenho você. A gente sempre romantiza o mundo, pensamos que vamos encontrar o amor em um parque florido de um entardecer primaveril. Ou, quem sabe, em um encontrão no meio da rua, onde nossas mãos se encontrariam enquanto estivéssemos juntando de forma estabanada os livros e papéis derrubados no chão. Mas não, nem sempre as coisas são assim. E a beleza da vida é essa, sua imprevisibilidade. O que há de mais belo na vida é o acaso. E que grato eu sou à vida por ela ter me levado até você. Que grato eu sou por ter encontrado você naquele shopping, naquela sua tarde de pura “rebeldia”. E se você não tivesse faltado aquela aula? E se eu não tivesse saído do trabalho um pouco mais cedo? E se o ônibus tivesse passado alguns minutos antes ou depois? E se... E se... E que se danem os “E se’s”, porque da vida recebemos exatamente o que ela tinha para nos dar. De Vinícius e Liliane fez-se, então, um par. E estou aqui, em vão, tentando traduzir tudo o que eu sinto por você, tudo o que você representa pra mim. Deixo-te, então, o meu muitíssimo obrigado. Obrigado por dividir esse universo comigo. Obrigado por dividir esse planeta comigo. Obrigado por dividir o tempo comigo. Obrigado por dividir-se em mim, por dividir-me em ti. Obrigado por entrar na minha vida chutando a porta. Obrigado por abrir as janelas. Obrigado por rasgar as cortinas. Obrigado por espantar a minha solidão e trazer a tua luz. Obrigado por me fazer acreditar de novo na vida, nas pessoas, em mim e no amor. Obrigado e obrigado.


Eu te amar, Liliane.

Bate Ponto e Coração


Você pode até não saber
Que caminho irá escolher
Ou qual será sua profissão,

Mas o cargo mais importante
Indubitavelmente você já ocupa,
Seu escritório é o meu coração.

Que Sorte a Minha



Que sorte a minha,
Do pôr-do-sol ao novo dia,
Em temporal ou ventania,
O som da chuva é sinfonia
Se estou na tua companhia.

Que sorte a minha,
Teu tom de voz, tua melodia,
Tudo o que toca vira alegria.
Se não escrevesse, eu gritaria:
Você será pra sempre minha!

Aperto é Você Longe de Mim



Quando a tristeza morrer,
Missa de sétimo ria.

E se a saudade apertar,
Por favor, aperte-se.

Pra quando a chuva chegar,
Nos teus braços eu encontrar aconchego. 

Aos Irmãos



Nosso amor é como uma casa pré-fabricada,
Sempre esteve aqui, antes mesmo de nós,
Antes mesmo de a gente chegar...
Antes mesmo da primeira primavera.

Pois é, eu sempre fui um cara estranho,
Fechado no meu mundinho particular,
Nunca quis deixar outro alguém entrar,
Mas, eis que me surgiu você, morena.

E veja bem, meu bem, de início não quis acreditar,
Acho que, na verdade, não quis me entregar,
Fingi na hora rir, pra não chorar.
Pra quê o amor? Pra quê amar? Mas, fez-se mar...

E eu mergulhei, afinal, sempre fui sentimental...
Pulei mesmo e de cabeça,
Do sétimo andar da minha razão bagunçada,
E dali já não pude mais me ver sem ter você.

Sim, o amor vai além do que se vê,
É um horizonte distante, é de onde vem a calma
Pra viver em paz, afinal, quem sabe ser só?
A resposta é ninguém, caros leitores... Tenha dó!

E quando me dei conta, você já estava do lado de dentro,
Você invadiu sem receios o meu castelo,
Destruiu as muralhas que tanto demorei pra erguer,
E do pouco que sobrou, construiu o nosso amor.

Mas disso todo mundo sabe, é conversa de botas batidas.
Todos sabem que você é Lisbela e eu sou prisioneiro,
Mas, deixa estar, tá bom pra mim, só quero assim,
Pois hoje sei que nem todo carnaval tem seu fim.

Sim, existem coisas que não têm final,
Mas “o fim” nunca foi uma condicional, e nunca será,
Pra sempre eu vou te amar, e vou tirar você desse lugar,
Prometo, meu amor, um dia, assim será!

Você é o meu último romance,
Não haverá mais uma canção cantada
Que não seja pensando em ti...
O vento me trouxe você e o tempo jamais levará!

Não, não vai embora não, fica aqui comigo,
Sem você sou tão sozinho, sem você não resta nada,
Nada além de lágrimas sofridas, de um azedume na boca,
E de um insuportável bom dia que nunca mais será dito.

O rio que move os dois barcos, do amor e do ódio,
É de lágrima, é da lágrima, que escorre no rosto do vencedor,
A lágrima que escorre da pétala da flor, do orvalho,
Do choro da saudade em um solitário amanhecer.

Eu vou te amar enquanto o sol raiar...
Essas foram as palavras ditas, essa foi a promessa feita,
E são nelas que para todo sempre eu irei crer...
Pra nunca ter de lhe dizer... Adeus você.

Amar-ras



Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo. Eu não tenho cordas vocais suficientes pra lhe dizer que pra sempre eu vou te amar(rar).


O amor dá corda ao mundo e canto ao mudo.

Eu Te Amar



Você mudou o meu mundo,
Mas escolheu não permanecer nele.
Hoje entendo que nunca foi sobre ficar,
A mudança é como uma dança
E eu encontrei meu verdadeiro par.
Pessoas vêm e vão,
Vêm em vão,
Vêem em vãos...
De portas trancadas,
Janelas fechadas,
Cortinas cerradas e escolhas erradas.
Mas a vida não é sobre desencontros,
Não, não é, e jamais será!
A vida é sobre encontros,
É sobre encantos,
Caminhos distantes que resolvem se cruzar.
E neste ponto,
Um tanto tonto do mundo que insistiu em girar,
Eu digo a ela: Eu te amar.
Sim, caros leitores, no infinitivo,
Pois amor, quando é amor de verdade,
Nem com o fim do tempo irá acabar.

Epíteto do Amor



Bilhetes na porta da geladeira,
Recados deixados no espelho,
Gritos soltos no vento,
Olhares perdidos no encontro.

Nada do que eu lhe diga
Será da boca pra fora.
Tudo será, então,
Do coração pra dentro.

Como uma poesia escrita no ar,
Como uma melodia tocada e sentida,
Tu serás o meu mel,
O elo dos meus dias.

Noite de primavera,
Manhã de domingos,
Estação de todas as chuvas,
Lágrimas, rimas, gotas e pingos.

Silêncios compartilhados,
Lábios incandescentes e peles ardis.
Caminho de todas as minhas direções,
Prólogos, inícios, meios e fins.

Epílogo, transcendência,
A estrada que nos leva além.
Epíteto que dá o nome ao meu amor,
Tu, Liliane, és meu fruto e minha flor. 

Correnteza



Não somos donos do amor,
Somos personagens abstratos
Em sua eterna cinematografia.

Não somos donos do amor,
Tão menos vítimas de suas dores,
Somos causa e consequência.

Não somos donos do amor,
Somos passageiros e paisagem,
O horizonte que captura o sol.

Não, não somos donos do amor,
Somos a dúvida e a incerteza...
Barcos de papel na correnteza.

25 de Setembro



Eu estava fechado para o amor. Mas ele não respeita travas, fechaduras ou portas, não, ele não se importa. O amor é invasão de domicílio. É apropriamento indevido. Da janela de mim eu via pessoas passarem apressadas. Pessoas de passos largos e corações apertados. Do escuro quarto da minha alma eu via terceiros passarem em segundos. Já estive lá fora também, mas primei pelo erro. Mas isso fora antes. Agora eu era prisioneiro de mim mesmo. Das janelas eu também via a chuva cair sem forças pra me levantar. Não podia ouvi-la, toca-la, senti-la. Ela lá, eu dó. Melodias e melodramas tocados em diferentes notas musicais. Eu, à deriva de mim, barco sem cais. Chovia naquela tarde de quarta-feira, 25 de Setembro. Sim, da chuva eu me lembro. Mas confesso não saber dizer ao certo como tudo aconteceu. Pela janela do quarto eu vi um clarão, o céu chorava e gritava “TROVÃO!”. O céu, então, no chão uma menina derramou. Não sei o porquê, nem por quais razões, mas com um único olhar aquela menina me desarmou. Fechei as cortinas dos olhos com medo dos efeitos colaterais da tempestade que se iniciara lá fora e transcendera pra dentro de mim. Corri tremendo, mas pequeno, e de nada adiantou me esconder debaixo da cama. E hoje eu sei que só se deve amar a quem realmente ama.

Há Temporal e Chuva Por Você Aqui



Te amo aqui,
Te amo agora.
Te amei antes
E amarei após todas as horas.
Por ti meu amor é atemporal.
Te amo forte e sereno.

Te amo chuva e temporal.

O Amor Muda.



O amor muda, semente,
Que, se plantada, regada, cuidada,
Cresce, eterno, imenso.
Alcançando o berço do infinito.

Adoro quando você me fala palavras mudas.
E do silêncio das mudas nascem estas flores,
Nuas, suas, minhas, nossas, sem pudores,
Não precisamos dizer nada para que tudo seja dito.

O amor muda, cala, silencia...
Toda forma de dor que grita em solidão.
Só não vê beleza no mundo
Quem borra os olhos com lágrimas.

Então derrama teu corpo no meu.
Derrama-te em mim como a chuva,
Pois se derramar é, também, amar.
A roupa do corpo é a pele do outro.

10 de Janeiro de 2014



Hoje tinha tudo pra ser mais um daqueles dias tais. Mas a vida deve ser lida como um livro novo, recém-publicado, página por página, aproveitando os mais pequenos detalhes. O cheiro de novo, de novo. Todos os dias. Sim, a vida deve ser linda. Nos títulos, nos parágrafos, nas notas de rodapé. Eu percebi que havia algo de muito certo no dia de hoje quando, do nada, ela não chegou atrasada. Pelo contrário, ela chegou adiantada, bem antes do horário. A gente tinha planejado assistir um filme qualquer, de uma sessão qualquer, mas acabamos protagonizando nosso próprio curta-metragem. E teve de tudo um pouco. Eu via no olhar da minha pequena a angústia. Eu lia nos seus lábios o temor. Mas pra quê ter medo se temos amor? E logo tudo desabou em alívio. Como a chuva desabava lá fora. Claro, não poderia faltar chuva. E, enfim, depois de um D.P.*, nos entregamos ao presente. E ao choro do céu. Eu realmente não sabia onde a chuva acabava e ela começava, parecem ser uma coisa só. E eu ali, enlaçado nelas, em um engodo, um nó. Nas escadarias, então, fez-se ápice, clímax. Naquele instante ela me fez tocar o céu. Um beijo imenso, intenso, daqueles que a gente sempre lê e imagina ou assiste no cinema e acha ser “perfeito” demais pra caber nessa realidade. Mas coube. E transbordou. Nós dois, ali, presos ao momento. Protagonistas do instante. Ironicamente subindo as escadas pra chuva descer. Cair. Benzer. Eu tenho certeza absoluta do tempo ter dado a si mesmo um tempo naquela hora. Em alguns minutos... A eternidade.

Discutir o Passado*

"E naquele momento, eu juro, nós eramos infinitos".

Liliane



Ao léu e ao fel vivia o poeta morto, lastimando a cada letra de sua poesia decadente um lapso de memória, de lembrança vil, virulenta, que dilacerava como a mais afiada lâmina não só a carne, mas a mente, a alma e o espírito corrompido. Leal ao amor havia sido o poeta, mas o que dele havia obtido era o limite mais baixo da ingratidão. Lançou-se ao fundo do poço, ao buraco mais profundo, distante, localizado ao norte de nenhum lugar e leste de lugar nenhum. Logo o lençol de águas e lágrimas cobriu o poeta, afogando-o, mergulhando-o nos seus próprios demônios, anseios e pesadelos. Tão profundo e distante que seus lamentos já não se faziam mais ouvir. A bendita água amaldiçoava o homem que um dia atrevera-se a amar e sobre o amor escrever, terminando o trabalho que aquela falsa musa havia, antes mesmo do início, começado. Eis que de úmido escuro faz-se clarão, no alto do poço nasce uma estrela que, tal qual a mais ardente lanterna, vide a mim, guiar. Vi do fundo mais distante do mundo luzir o teu farol, para, enfim, de lá, a mim, tirar. Sim, sou o poeta. Sim, nadei. Mas não, no litoral não morrerei. Lentamente lapida-se a pedra lilás de lápis-lazúli na forma de minha mulher. Lírio do jardim, labirinto de minha alma. Perder-me em ti foi encontrar-me, enfim. Lento o vento leva e trás, lá e cá, loucuras em chuva, em mar e re-amar. A liberdade livra os loucos das lastimáveis correntes da falsidade, trazendo à tona a lasciva libertinagem outrora esquecida, guardada. No linho da roupa que se rasga, no laço desfeito com o passado, na libido a transbordar em lábios sedentos, na luz da Lua, nua, em litígio ao Sol que se opõe, se pondo, distante, longe, no horizonte, tal qual o pôr-do-homem em sua lápide, mortal e final. Fim de quem ama é, no fim, amar.