Inexistência



Felicidade plena não existe, é pura ilusão!
O que existem são momentos felizes,
Momentos de ego inflado, da mais egoísta satisfação.

Amor eterno não existe, é a maior de todas as mentiras!
Ele dura o tempo que queremos que dure, nem mais nem menos,
Portanto, chega de promessas vazias e de infindáveis baboseiras.

Loucura não existe, depende do ponto de vista!
Loucura é um completo estado de auto-entendimento, de lucidez,
O louco é para si mesmo um salvador, um anestesista.

Paz não existe, pois ela não é para todos lucrativa!
Ódio é necessário para a nossa economia,
Precisamos manter a indústria bélica na ativa.

Sentimentos não existem, só quando nos é necessário!
Seja frio e calculista por dentro, e nunca, jamais se deixe levar,
Ou tornará para si mesmo seu maior e mais cruel adversário!

Não abaixe sua cabeça, não fraqueje, sobreviva!
Viver é uma batalha, uma eterna guerra,
É vencer ou perder, é matar ou morrer,
É questão de ficar por cima, ou ir parar debaixo da terra!

[Música do Dia] Pink Floyd - Another Brick In The Wall


Mesmo com alguns atrasos e problemas técnicos, o Música do Dia ressurge das cinzas e traz para vocês uma das mais famosas e bem conceituadas bandas de rock de todos os tempos.

Pink Floyd foi uma banda de rock britânica formada em Cambridge, Inglaterra, em 1965, que atingiu sucesso internacional com sua música psicodélica e progressiva. Seu trabalho foi marcado pelo uso de letras filosóficas, experimentações musicais, capas de álbuns inovativas e shows elaborados.

O Pink Floyd é um dos grupos de rock mais influentes e comercialmente bem-sucedidos da história, tendo vendido mais de 300 milhões de álbuns ao redor do mundo. A banda foi induzida ao Hall da Fama do Rock and Roll em 1996.

A banda, originalmente, consistiu dos estudantes Roger Waters, Nick Mason, Richard Wright e Syd Barrett. O nome Pink Floyd é a abreviação de The Pink Floyd Sound, nome sugerido por Barrett em homenagem a dois músicos de blues admirados por ele: Pink Anderson e Floyd Council.
Dentre várias músicas, esta foi a mais famosa do grupo:


Fake Revolution


Durante os últimos anos, a sociedade vem demonstrando enorme revolta em relação a problemas de ordem social, política, econômica e demográfica. As massas não economizam palavras ao dizer que o país não avança, que as leis são imperfeitas e que o crime aumenta com freqüência. Seria muito belo e até muito revolucionário se todas estas declarações tivessem algum fundamento concreto ou convincente.

Percebe-se em comentários deste tipo a existência de uma falsa e deficiente moral. Ao reclamar dos problemas sociais, a sociedade esquece que elegeu políticos para solucionar seus problemas. Ao criticar a violência, a sociedade esquece que ela própria produz seus criminosos. Se nos encontramos sob um regime democrático, o poder está nas mãos do povo e não de forças alheias.

Devemos não nos deixar levar por essa onda revolucionária vazia e atentar-nos para a verdadeira profundidade dos problemas sociais. A sociedade carrega em suas mãos o poder de mudança e não está subjugada a ninguém, nem mesmo a lei.

Nós temos o poder em nossas mãos! Nós definimos as leis, os políticos, a forma de economia, a qualidade de vida e os parâmetros sociais. Não dependemos de ninguém para avançarmos.

Se há criminosos e violência na nossa sociedade é porque nós não educamos nossos filhos da forma correta e nem exigimos qualidade de educação pública para os mesmos. Se há problemas sociais e estruturais é por não elegermos políticos competentes e responsáveis para definir corretamente nossas prioridades. A sociedade é a origem de seus próprios problemas.

Possuímos leis simples e claras que, se cumpridas, geram a ordem e a estabilização do Estado. Há quem diga que as leis são utópicas e que nada na prática funciona como está prescrito, porém esta idéia de utopia só existe porque a desejamos.

Custa alguma coisa cumprir a lei? Custa algo respeitar o próximo? Custa educar nossos filhos para que sejam legítimos cidadãos? Custa exigir nossos direitos e cumprir nossas obrigações? Deixa que eu responda por você: NÃO! Não custa nada!

Vamos parar de jogar nos outros uma culpa que é inteiramente nossa. Se você não tem disposição para lutar contra os problemas, não reclame dos mesmos. Não estou defendendo bandidos, nem políticos, nem elites sociais. Estou apenas defendendo o bom senso, a ética e a verdadeira moral.

Se o objetivo é ser moralista, que possamos ser ao menos moralistas genuínos.

Medo Primordial



Neste mundo não há um só ser que se compare a outro,
Somos acima de tudo definidos por nossas especificidades,
Somos únicos até o limite daquilo que podemos ser,
Somos a forma física de nossos defeitos e qualidades.

Somos meras sombras em um mundo já desprovido de luz,
Escolhemos agir como brinquedos nas mãos do invisível,
De uma farsa escondida embaixo de um capuz.

Somos erroneamente guiados por ideologias falhas,
Somos conduzidos a acreditar em verdades confortantes,
Somos iludidos por aqueles que se julgam superiores
Mas que só buscam esconder suas existências errantes.

Tememos o que não vemos, por isso nos equivocamos,
E abdicamos daquilo que somos pela falsa ideia de salvação,
Ou pelo simples e instintivo medo do vazio, da morte, da solidão.

Não abaixe sua guarda, não tema, não se curve,
Ou então você terá sua cabeça esmagada por uma força inexistente.
Resista, não se conforme, lute até onde for possível,
Nade contra esta grandiosa mentira, contra a furiosa corrente. 

Ah Mor



Ah o amor, tão lindo, tão fantástico, tão sublime, tão mágico...
Tão complexo, tão falso e tão facilmente extirpável.
Só sabe amar quem já amou, e quem já sofreu de amor,
Pois não há um único ser imune a isso, é um mal inescapável.

Só é feliz no amor aquele que saiba dissimular,
Que saiba camuflar suas monstruosidades com maestria,
É um eterno jogo de interesses e vontade e falsas ingenuidades,
É um circo, uma novela, uma eterna charlataria.

Se quiser sofrer, ame!
Se entregue, se cegue, se extrapole, se jogue...
Torne-se um ser dependente, acorrentado, enjaulado!
Mas se quiser ser feliz, só tem um caminho, seja amado.

Parece meio sem sentido, não é?
É porque o amor não tem sentido algum mesmo,
É essa coisa amórfica, estranha, mórbida e selvagem,
É uma besteira, perda de tempo, uma tremenda bobagem!

Não me entenda mal, estou defendendo o amor,
Estranho, controverso, eu sei...
Mas isso tudo é o que amor é,
Um território sem regras, um território sem lei.

Ébrio


Como um reflexo de luz,
Você reflete infinitamente por meus espelhos...

Nós dois sabemos que certas coisas da vida sempre têm um jeito.
Mas, ironicamente, também sabemos que outras
Podem durar por um ano inteiro...

Eu fico vagando nestes pensamentos,
Embalando meus delírios enquanto explodem sentimentos...

Um sóbrio de complexos
Tornou-se um bêbado de versos...

Procurando apenas um motivo pra seguir é o que faço,
Sendo um pouco de tolo, um pouco de palhaço...

Nem todas as verdades eu tive coragem de dizer...
Mesmo com as melhores balas engatilhadas,
Sorri e dei alternativas para o que você deveria fazer...

Mais um gole na garrafa,
Um suspiro com aroma de cachaça...

Que fazer da vida ou das pessoas então?
O que se passa nessa mente ou nesse coração?
Dorme bem ou anda sonhando em vão?
Jamais hei de saber, pois há muito foi selada a ingratidão.
Mais um gole,
Um inesperado soluço...
Algumas palavras já saem arrastadas,
Similares a um grotesco e mal pronunciado russo...

Em minha cabeça te vejo deitada em um divã...
Sou o psicólogo e você é a paciente sã...

Após várias perguntas chego a minha única conclusão,
Para este caso, infelizmente não tenho solução...

Último gole,
Nada a declarar...
“Go in peace”
Pôs-se o bêbado a falar...

Reflexos



Percebi hoje que caminhamos no escuro
Que estamos em um labirinto repleto de espelhos
E não importa pra onde fujamos,
Nunca conseguiremos fugir de nós mesmos.

Tudo o que somos e seremos,
Não passa de reflexos distorcidos do que deixamos de ser
Do que abrimos mão de nos tornarmos em algum momento
Somos de tudo o que poderíamos ser, apenas um ínfimo fragmento.

Isso não nos torna monstros, assassinos?
Por assombrarmos e assassinarmos a nós mesmos,
Por destruirmos e matarmos tantos futuros diferentes,
Ou somos apenas reféns das escolhas mais coerentes?

É difícil lidar com o que não fomos
Com o que deixamos passar, ser e viver
Porque sempre nos questionamos, nos indagamos
E se eu tivesse feito diferente? O que poderia acontecer?

Corremos paralelamente a nós mesmos
Sempre guiados por impulsos mesquinhos e egoístas,
É quase uma lei natural da sobrevivência,
Somos assim, humanos por excelência. 

Lampião


Lá em Vila Bela, no meio do Sertão,
Acaba por nascer um famoso capitão.

Um herói bravo e forte, sem medo da própria morte,
Luta contra a fome, a miséria, a pobreza e corrupção.
Fazia justiça com as próprias mãos, ou era apenas um ladrão?

Temido era o “cabra” chamado Lampião.
Justiceiro e traiçoeiro
Dava para os pobres aquilo que roubava dos grandes fazendeiros.
Matava o corrupto e ajudava o trapaceiro.
Lampião era astuto na arte de ganhar dinheiro.

Para manter o poder, os fazendeiros usavam o curral eleitoral,
Ameaçando o eleitor como se fosse um animal...

O povo cansado de castigo e seca o ano inteiro,
Passou então a acreditar em um cangaceiro,
Que poderia libertar o sertão na proteção de seu padroeiro.

Pena que a tal proteção não foi suficiente,
Com ajuda do exército e a traição de um confidente,
Lampião teve a cabeça fuzilada enquanto via a execução de sua amada.

O sertão então ficou mais frio do que quente,
Nada seria a mesma coisa sem o cangaceiro delinqüente.

O “cabra da peste” tinha um pouco de herói e um pouco de bandido,
Fazendo sempre o necessário para que não mais fosse oprimido.

Lampião lutava apenas pela sua sobrevivência,
A liberdade às vezes carrega alguma conseqüência...

Mulher: 99% perfeita. Luis Fernando Veríssimo

imagem retirada do blog: Perola de cultura




Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado,homens do outro.

Não sei se isso, hoje, ainda ocorre.

Sou anti-social a ponto de não freqüentar qualquer evento com mais de quatro pessoas, o que me descredencia a emitir juízo.

Mas era assim que a coisa rolava naqueles tempos.

Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto, observando a paisagem.

Bom, rapidinho verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatômicas: a fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades. Explico: no córner masculino imperava o embate das comparações e disputas.

Meu carro é mais potente, minha TV é mais moderna, meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, o meu time é mais forte, eu dou 3 por noite e outras cascatas típicas da macheza latina.

Já no córner oposto, respirava-se outro ar.

As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir.

Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimônia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como fofoca.

Discordo.

Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres.

Constatem, é fácil.

Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, freqüentando e levando bomba no bê-a-bá da vida, as mulheres já chegam na metade do segundo grau.

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática.

Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas.

Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana.

Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso.

Em outras palavras, ela já chega sabendo.

E o que não sabe, intui.

Já com os homens a história é outra.

Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo?

Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas?

Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não, nunca viram e nem verão.

Porque o homem nasce, vive e morre numa existência juvenil.

O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos!

E aí reside a maior diferença: o que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, é competição, fuga.

Falo sem o menor pudor.

Sou assim.

Todo homem é assim.

Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado.

Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.

Porque toda mulher é linda.

Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.

É só saber olhar.

Todas têm sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones do cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim.

Incautas não por serem ingênuas, mas por acreditarem.

Porque toda mulher acredita firmemente na possibilidade do homem ideal.

E esse é o seu único defeito!

Vazio




Vale a pena tudo isso?
Todo esse melodrama infindável,
Esse pesar insuportável
E esse sentimento de culpa por algo que nem ao menos fiz...
Ou é melhor levantar a cabeça e fingir que sou feliz?

Será que o exagerado sou eu?
Por acreditar demais nos venenos que as pessoas destilam,
Por valorizar em excesso pessoas que nem ao menos se dão valor,
Por não ficar sempre com um pé atrás quando se trata daquilo...
Daquela coisa sem forma que vulgarmente chamamos de amor?

Não estaria eu levando a vida a sério demais?
Sendo que no fim de tudo isso ninguém sairá vivo,
Ninguém se lembrará de nenhuma dor ou alegria vivida,
Saímos do vazio e caminhamos diariamente em direção a ele,
Não adianta gritar, chorar e espernear, é isso, não há saída!

E o que vem depois?
Esta é uma das questões da vida que nunca saberemos a resposta,
É uma dúvida que do início ao fim de nossas vidas irá nos assombrar,
Pois é difícil aceitar que grande parte do que acreditamos não existe,
Simplesmente procuramos por aquilo que jamais vamos encontrar.

O que concluo de tudo isso?
Nada, absolutamente nada!
Muitas vezes a melhor parte do saber, é não saber a melhor parte...
Senão nos tornamos medrosos demais, tementes demais
E acabamos esquecendo de fazer tudo aquilo que nos satisfaz.